Este é o 1º registro da obra musical do Sr Antônio Pedro da Silva, que aos 68 anos de idade tem agora a oportunidade de apresentá-la para a humanidade. Após 2 anos de pesquisa, apresentamos este documento sonoro histórico que procura retratar e reviver o panorama da música de raiz dos seringais do interior das florestas do estado do Acre, mais precisamente as regiões do alto Envira e rio Purús, abrangendo os municípios de Feijó, Manuel Urbano, Sena Madureira e Boca do Acre.
Foram recuperados instrumentos como os tamborins, recos, trumpeh e o modo de afinação do violão de Antonio Pedro ( afinação chamada de “sutenida, em que a corda Sol é substituída por uma Mi aguda). É uma linguagem formada por vozes divididas e bem definidas nas percussões, harmonias vocais, ritmos de violão, cadências harmônicas, introduções e finalizações instrumentais, choros para violões e sanfona de 8 baixos. Parte desta cultura se encontra praticamente extinta ou ainda resguardada com algumas pessoas remanescentes, como o Sr Antônio Pedro e seus contemporâneos que ainda estejam vivos.
Este trabalho só foi possível através deste homem que vive e guarda em sua memória a linguagem cultural de uma época dentro de um cancioneiro que apresenta a biodiversidade natural com suas aplicações medicinais e mitológicas integradas no viver dos povos da floresta.
Mesmo numa época conturbada de exploração e ocupação, em certo tempo e espaço os povos da floresta conviveram, se miscigenaram, trocaram e transmitiram conhecimentos nativos pertinentes ao viver na floresta. Ainda existem muitos mananciais da cultura popular necessitando de trabalho de pesquisa, registro, valorização e transmissão para as próximas gerações. Um povo que não valoriza sua identidade sobrevive à mercê de explorações de toda ordem, pois perde as estruturas morais e sociais que foram equilibradas através dos tempos e do ambiente em que vive.
UMA MEMÓRIA VIVA!
...que trabalho mais lindo. Comprei os CDs no Arraial Cultural e não me canso de ouvir. Quero comprar mais alguns CDs, um para dar pro meu padrinho, Chico Hipólito, sei que ele vai gostar. Por favor, Alexandre, entre em contato comigo, aqui no Gabinete da Fundação Elias Mansour, pois gostaria de trocar algumas idéias. Parabéns, viu? Leila Hoffmann
ResponderExcluirquanto mais se ouve
ResponderExcluirmais se aprende
grato pelas letras
vou cantar melhor agora
abraço
amilton